13 março 2006

Domingo eu fui na Igreja Anglicana pela primeira vez aqui com a minha mãe e irmã. Na verdade eu também fui no Dia da Panqueca semana passada, mas fiquei só esperando do lado de fora pra comer as panquecas, que são iguais aquelas de filmes com 1 cm de grossura e calda de chocolate por cima, então acho que não conta.
Estava bem vazio, na verdade devia ter umas 25 pessoas só, não que o lugar seja pequeno, tinha muito mais lugares vagos. E dessas 25 pessoas, 23 eram idosas.
Tinha um órgão também, ou seja lá o nome daquele instrumento gigante com tubos e tudo mais, e eles cantam tanto que eu até recebi um livrinho na entrada com os 749 hinos que eles podem escolher pra tocar. Claro que eu fiquei bem quieto no meu lugar lá no fundo, eu não gostaria que todas as velhinhas olhassem pra mim com uma expressão de decepção e apontassem, odeio que apontem pra mim.
Ah, as velhinhas! Alguns de vocês devem saber que eu gosto muito de pessoas idosas, tanto que eu amo a velha cacarética . Tirando os velhos rabugentos e semelhantes, eles costumam ser um amor de pessoa, acho que eu lembro dos meus avós (os de verdade). Uma das senhoras que estava sentada relativamente perto de mim durante a missa (mesmo com tantos lugares vagos) veio me cumprimentar, como sempre eu contei que eu era do Brasil, o que normalmente vem seguido de várias perguntas como a quanto tempo eu estou na Tasmânia e se eu falo espanhol. Até me surpreendo como consigo ser educado após ouvir algumas coisas. Mas então, a senhora deve ter achado que um brasileiro freqüentando o mesmo ambiente que ela era algo extraordinário, tão extraordinário que as amigas dela teriam se amaldiçoado por não ter sentado no fundo também, porque na hora do café da manhã as pessoas me perguntavam se eu era mesmo do Brasil. Só faltava elas me apertarem pra ver se eu era de verdade, um pesadelo.
Encontrei um senhor do País de Gales, me disse muitas pessoas de lá foram pro Uruguai. Mas não tenho certeza se ele quis dizer Uruguai ou Argentina, porque mencionou a capital como sendo Buenos Aires.
Mas então, o pesadelo. Como eu disse eu não gosto muito que apontem pra mim, na verdade eu odeio bastante. Eu sonhei que estava no Pólo Norte, mas não era qualquer lugar lá, era o norte mesmo! Logo todas as bússulas e GPS's estavam apontando pra mim. Até as pessoas que não são capazes de comprar uma bússula e abrem os braços com o Sol pra direita ou esquerda apontavam pra mim. Eu morri de vergonha. Na verdade eu morri de fome e frio no meio do nada, mas também estava envergonhado.

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